sábado, 8 de dezembro de 2007

PEDRA PRECIOSA

Não sei se quero a paz de um sono,
Ou se quero o sono-da-paz;
Só, quero ser sem-dono,
Um volátil viageiro fulgaz.

Percorrendo as trilhas do destino,
Meu engano se desfez em verdade;
Relutei, meu cruel desatino,
Em extirpá-la da minha saudade.

Hoje, é rúbea a pedra que trago,
No peito, e que um dia foi bruta;
Segui o conselho de um mago:
O que lapida é o que não se refuta.

Verdades se fazem em mim,
Exagero o tudo que sou;
Enalteço o Ser sem fim
Derramando nos outros que estou.

Me liberto deste mundo
Me prendendo a você,
Mergulhando no cosmos profundo
Da interioridade do teu por quê.

Minha veia – minha Láctea –,
Minha verdade forense,
Em meu escuro és minha réstia.
Rubi, a mim você pertence.
( Mario Piccarelli )

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